Anjos da Paixão - Episódio 7 "Quebrando as regras (Parte1)"

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Lali: melhor voltarmos para a classe.

Peter: porque não ficamos aqui?

Lali: como assim? É hora de voltar pra aula.

Peter: podíamos matar aula.

Lali: o que você está pensando? E se nos descobrirem?

Peter: ninguém vai descobrir. Eu sempre faço isso, nada acontece.

Lali: como sempre? Você não assiste as aulas?

Peter: assisto. Mas ás vezes gosto de fugir um pouco da realidade.

Lali: você é mesmo louco.

Peter: e então, fará companhia a mim?

Lali: eu adoraria. Mas não quero ficar mal falada na classe.

Peter: não se preocupe ninguém vai nos dedurar.

Lali: melhor não.

Peter: eu te faço uma proposta: ou você fica aqui comigo, ou então esqueça que eu existo e volta pra classe. Qual você vai escolher?

“Aquilo me fez arrepiar, as duas opções eram importantíssimas: a primeira, para que eu continue meus estudos sem algum problema, e a outra seria estar ao lado dele, e seria muito ruim perder a amizade de uma pessoa distintamente especial pra mim.”

Peter: e então, fez sua escolha?

Lali: é uma proposta muito difícil.

Peter começou a rir de mim.

Lali: falei algo de outro mundo?

Peter: nada de mais, só percebi que a escolha de ficar ao meu lado pelo menos existe.

Lali: porque não voltamos pra classe?

Peter: porque o tempo que perdemos aqui é o tempo suficiente para a aula começar, apesar de que a aula é de história e o professor Manuel é muito rígido com horários, seria impossível ele te deixar entrar na classe a essa hora.

Lali: pra calcular horas de matar aula você é bom, mas pra estudar nada.

Peter: Lali é só uma aula não vai fazer diferença na nossa vida!

Lali: e por acaso ficar aqui com você vai fazer diferença?

Peter: aí depende do seu ponto de vista - segurando na minha mão.

Lali: melhor ficarmos na quadra e conversarmos um pouquinho.

Peter: tudo bem, lá é mais escondido, teremos mais privacidade.

Lali: não se atreva. Estou fazendo um esforço pra te fazer companhia, já é o suficiente.

Peter: duvido muito que você esteja aqui por obrigação, apesar de ser o segundo dia que estou com você, já te conheço o bastante.

“Como eu iria resistir a aquele sorriso de galã me olhando com aqueles belos olhos verdes brilhantes, se não fosse minha obsessão desses sentimentos invisíveis, teria me entregado a ele há muito tempo. Mas também parei pra pensar, se eu me entregasse assim tão cedo, ele poderia me deixar logo depois que conseguisse o que queria, mas a minha vontade de quebrar as regras estava em alta, e como eu tinha já quebrado uma das mais graves, essa não seria tão prejudicial”

Peter: porque está me olhando assim? Estou começando a ficar com medo.

Lali: hum, que? –piscando os olhos rapidamente

Peter: tem hora que parece que você não está no seu corpo ou coisa do tipo.

Lali: não foi nada... Tenho que parar com isso.

Peter: mas o que você estava fazendo? Pensando?

Lali: Tem muita coisa na minha mente que tenho que processar.

Peter: mas pra isso ficou olhando nos meus olhos e mordendo os lábios... – para pra pensar – a não ser que você enfim queira cumprir meu desejo. – me olhando com aquele sorriso irresistível.

Lali: o que? De onde tirou isso? Não tem nada a ver.

Peter: a não? Então porque está toda nervosinha?

Lali: tudo bem eu confesso! Eu não resisto a esse seu olhar, não resisto a sua boca eu não resisto mais nada!

“Isso saiu sem controle, logo depois que disse isso eu queria sumir dali, senti meu rosto queimar e meu coração parecia que ia sair pela garganta.

Peter ficou totalmente sem palavras, provavelmente esperou que eu negaria como sempre fiz, acho que ele nunca esperaria que falaria aquilo, pelo menos não tão já.”

Peter: vamos pra quadra antes que nos encontrem aqui?

Lali: claro, os corredores são muito perigosos em horário de aula.

“Fomos em silêncio até o banco que havia em frente a quadra, o lugar estava em pleno silêncio, parecia até ser um local abandonado.

Sentamos no banco e esperamos a hora passar, Peter não abriu a boca para falar mais nada, eu acabei me sentindo a responsável por aquilo. Mas de tanto me pressionar, acabou saindo a pura verdade do nada, mas percebi que a verdade no momento não importava, com esse comportamento de Peter, percebi que ele é diferente dos demais. Se fosse como os outros, teria se alegrado e aproveitado a situação, mas não iria me iludir tão cedo, as aparências enganam, mas ás vezes o problema pode ser eu, essa minha desconfiança de tudo e de todos faz com que as pessoas não se aproximem de mim, não somente garotos, mas amigos, familiares...

O silêncio tomou mesmo conta do lugar, por uma vez de todas fiz o contrário do que minha consciência mandava e quebrei o silêncio...”

Lali: o gato comeu sua língua foi?

Peter: não, só... só estou pensando. –evitando me olhar.

Lali: foi pelo o que eu falei?

Peter: não tem nada a ver.

Lali: por favor Peter, eu já fui realista com você e acho que agora é a sua vez. Até parece que me convidou aqui pra ficarmos cada um pro seu canto.

Peter suspirou antes de falar.

Peter: É que nunca me disseram isso.

Lali: fui meio exagerada.

Peter: até que foi, mas eu nunca pensei que você falaria aquilo do nada, pensei que você iria negar tudo e se fazer da difícil como sempre.

Lali: aquilo saiu sem pensar, me perdoe.

Peter: se arrependeu?

Lali: desejos todos tem. O meu é estranho, por mais que seja verdade o que falei, tem uma coisa dentro de mim que me faz fazer totalmente diferente, não sei o que eu tenho.

Peter: eu acho que sei.

Lali: o que eu tenho? tem cura?

Peter: não é doença, é sinal de saúde. Você tem uma atração por mim.

Lali: eu... Estou te amando?

Peter: ainda é muito cedo pra distinguir, mas o sintoma já dedura o que vem em seguida. Não sei o que você vê de errado nesse sentimento.

Lali: não é o que vejo de errado, é o que ele nos faz sentir. No princípio, nos sentimos nas nuvens, tudo parece correr bem, mas com um único vento, caímos em um buraco escuro e passamos por coisas difíceis.

Peter: o que você tem que aprender, é amar com a realidade. Ninguém vive um conto de fadas como em filmes de romances. Muitas vezes cometemos erros, mas logo amadurecemos e aprendemos a lição, isso não passa de ser uma fase para que apareça algo melhor, algo mais ao nosso nível. Não estou afirmando que sou o homem ideal pra você. Posso ser um outro passageiro na sua vida. Gostaria muito que você me desse uma chance pelo menos. Mas se você prender esses sentimentos, jamais encontrará uma pessoa que te ame realmente. Fiquei chocado com o que você disse, mas foi porque percebi que aos poucos você está se libertando desse vazio e está mostrando sua verdadeira identidade. Aos poucos você está mudando, e isso me impressionou.

“Aquilo foi realmente muito forte pra mim, a cada palavra que ele dizia, sentia que algo dentro de mim se despertara, não sabia exatamente o que era, não conseguia distinguir se estava feliz por saber que ele era diferente, ou decepcionada por ele me dizer que eu vivia num mundo vazio, mas o único que sabia, é que isso irá marcar minha vida”.

Peter: e então, você me dá uma chance?

Continua...

 (Todos os sábados ás 14:00)